domingo, 2 de maio de 2010

Conforme solicitado segue o link para o acesso das entrevistas com estudantes da UFABC:
http://docs.google.com/Doc?docid=0AZpEr5GNg8vuZGhjam1ibjZfMGZwZzc2N3Fw&hl=en

terça-feira, 27 de abril de 2010

Projeto Enchentes

Foram abordados alguns itens durante esse quadrimestre, no qual nos introduzimos ao tema, pesquisamos detalhes sociais e estruturais:

Causas e possíveis soluções para as enchentes

Usando palavras-chaves como: Crescimento desordenado; Ilhas de calor; Impermeabilização do solo; Efeito-estufa; Ocupação em zonas de risco; aumento da frota automotiva. Tais palavras-chaves foram propostas em um dos posts disponíveis no blog.
Agora vamos analisar cada um dessas “causas”:

1.Crescimento desordenado

Tanto o crescimento populacional quanto os das cidades, com a falta de planejamento nos traz grandes problemas, muitos dos quais direta ou indiretamente acabam por contribuir para as enchentes. Por exemplo, conforme as cidades crescem desordenadamente, mais moradias devem ser criadas em locais que nem sempre são adequados a isso, avenidas, estradas, ruas são construidas e a terra perde lugar para o cimento e asfalto. Os rios acabam sendo estreitados por isso, fazendo assim com que não tenha para a onde a água fluir naturalmente.
O sistema de esgoto e encanamentos nem sempre são eficazes ou bem feitos, o que acarreta sérios problemas ao escoamento da água e à saude da população.

2.Ilhas de calor

Com as milhares e milhares de edificações, asfalto, cimento unidos o calor tem um TRABALHÃO para ser dissipado. Essa turma não é facil não, retém a maior parte da radiação solar, o calor que as industrias, automóveis e até nós mesmo liberamos, formando assim as famosas ilhas de calor.
Pois bem, ilha de calor, aumento da temperatura, mais calor pra aquecer a água, mais água sendo evaporada, mais nuvens carregadas de inúmeras gotículas de água cobrindo o céu... ' Ixiiii ai vem chuva !' , ' O tempo fechou !', ' São Pedro deve está nervoso! '. Pois é, ai está um dos motivos para o aumento das chuvas, que combinado com outros fatores causa enchentes cada vez mais frequentes e intensas.

3.Impermeabilização do solo

A cobertura do solo atualmente é um fator de grande preocupação na área das enchentes. Tanto o asfalto como os blocos de cimento apesar de serem resistentes, mais aderentes aos pneus, não são muito permeáveis e conforme ficam encharcados perdem a resistência, isso além de dificultar e muito o escoamento da água forma enormes buracos, prejudicando o trânsito e os automóveis.
Atualmente há muita pesquisa em cima disso, uma cobertura para o solo que fosse bastante permeável e resistente ajudaria e muito para a diminuição ou amenização dessas enchentes.

4.Efeito Estufa

Assim como as ilhas de calor, o efeito etufa causa o aumento de temperatura e um consequente aumento na evaporação da água, causando mais chuvas.
O efeito estufa está intimamente relacionado ao gás carbonico (CO2) na atmosfera que retem o calor, assim como outros gases, chamados gases-estufa. Esse gás carbonico é aquele gás que sai dos escapamentos dos carros por causa da combustão dos combustíveis, das chaminés das industrias entre outros.
A emissão desse gás não é o principal problema, afinal nós mesmo no processo de respiração emitidos, porém a emissão excessiva gás, que durante muitos anos, principalmente após a Segunda Revolução Industrial, foi feita de forma descuidada e sem preocupação nenhuma com as consequências. Hoje existem leis que obrigam os países a reduzirem a emissão de CO2. Como por exemplo o protocolo de Kyoto. Mas nem sempre são respeitados essas leis.
Veja mais sobre o protocolo de Kyoto no site : http://www.brasilescola.com/geografia/protocolo-kyoto.htm

5.Ocupação em zonas de risco

Como discutido no primeiro tópico, essas ocupações geram muitas vezes a impermeabilização do solo, bem como a falta de planejamento de encanamentos etc... Além de não haver coleta de lixo em muitas dessas regiões, sendo esse lixo jogado, por parte da população, em lugares inapropriados, entupindo bueiros e tubulações.

6. Aumento da frota de automotiva

Como já fora visto, os automóveis emitem grande parte do CO2 agravando cada vez mais o problema do Efeito Estufa, principalmente nas grandes cidades.

7.Solução para o acumulo de água em São Paulo

A capital de São Paulo, por exemplo, tem uma lei que visa aumentar a permeabilidade do solo, reservar água nos prédios, diminuir o risco de enchentes e reservar água para fins não potáveis nos empreendimentos. Essa lei obriga a construção de um reservatório para águas pluviais nas novas edificações. No mínimo, descongestionará os dutos da cidade. Isso já é usado na Alemanha, que instala cerca de 100 mil reservatórios por ano.
Fica cada vez mais difícil achar a solução para esse problema, como pudemos observar uma coisa leva a outra e há também o fator político, que considera muitas das soluções propostas uma ameaça ao desenvolvimento econômico do país.

Regiões mais afetadas

As regiões mais afetadas pelas enchentes, são aquelas que sofreram modificações pela urbanização.
Essas modificações mudam os cursos dos rios e impermeabilizam o solo.
As grandes cidades são muito afetadas por esse problema, em áreas próximas a rios, córregos, antigos pantanos, represas.

Santo André é cortada pelo rio Tamanduateí que antigamente era cercado por um solo pantanoso, que hoje em dia é margeado por uma movimentada avenida (av. Dos Estados) , muitas industrias, residencias, e pela nossa universidade. Em época de chuvas, a avenida dos Estados sofre muito com as enchentes e tudo aquilo que está a sua volta também.
Confiram as imagens a seguir:




Figura 1: Avenida Dos Estados fica completamente alagada.




Figura 2: Rua Santa Adélia, ao lado da UFABC.




Figura 3: Dentro da UFABC.


Figura 4: Sala 3 da Santa Adélia.

Essas fotos foram tiradas por alunos da universidade que sofreram muito com essa situação.

O que fazer em caso de enchentes

- Evite contato com a lama e água da enchente, elas podem causar diversas doenças.
- Desligue a chave de eletricidade, o registro de água e gás.
- Tire alimentos e produtos de limpeza de lugares onde a água pode chegar.
- Procure um lugar mais alto para ficar em segurança.
- Só beba água filtrada e fervida.
- Tire os objetos de valor do alcance da água.
- Coloque seus documentos em um saco plástico fechado e em local protegido.
- Retire os lixo das áreas que podem sofrer enchentes.
- Não consuma alimentos que tiveram contato com a água ou lama.
- Não use equipamentos elétricos que foram molhados, pois existe o risco de choque elétrico e curto-circuito.
- Se possível, ligue seu rádio e informe-se sobre as chuvas.
- Fique atento: árvores, postes, muros inclinados, trincas no chão, nas paredes e muros com “barriga” podem ser sinais de futuros acidentes. Entre em contato com a subprefeitura ou o Corpo de Bombeiros.
- Depois da enchente, lave imediatamente as áreas atingidas utilizando 1 litro de água sanitária, para cada 20 litros de água, sempre com luvas e botas para evitar o contato com a água e a lama.
- Não atravesse áreas inundadas.
- Ligue o rádio para descobrir caminhos alternativos.
- Evite que a água chegue ao motor.
- Diminua a velocidade e aumente a distância em relação ao carro da frente.
- Em caso de emergência, atravesse áreas alagadas em baixa velocidade, mantendo o motor acelerado.
- Se possível, pare o carro em um local mais alto.
- Se o nível de água continuar a subir, todos devem sair do carro e procurar um lugar seguro para esperar a chuva passar.
- Não atravesse áreas alagadas atrás de outro veículo. Se ele parar você não poderá passar.
- Para secar o freio, utilize-o algumas vezes. Freios molhados podem falhar.
- Dirija com cuidado, pois as vias molhadas ficam escorregadias.
- Fique atento: a água impede que você veja buracos e bueiros sem tampa.
- Para se prevenir: conheça os pontos mais altos que ficam próximos do caminho que você normalmente faz.
- Se você estiver num local seguro, não saia e aguarde a ajuda dos bombeiros.
- Fique atento: a água impede que você veja buracos e bueiros sem tampa.
- Não vá para áreas de risco, isso dificulta o possível resgate.
- Em casos de chuva com ventos fortes, fique atento: há risco de queda de árvores, fios, postes e semáforos.
- Cuidado especial com as crianças. Os adultos devem acompanhá-las e segurá-las pelos pulsos durante todo o período de enchentes.
- Se precisar atravessar ruas alagadas, tome cuidado, procure muros e paredes para usar de apoio. Uma corda segurada por 3 pessoas ou mais também serve.
- Cuidado com a correnteza das águas: além do risco de ser arrastado, objetos grandes que estão sendo levados podem bater em você.

O que nós podemos fazer para evita-las

Com todos os investimento da Prefeitura e a ajuda da comunidade, a nossa cidade vai ficar cada vez mais limpa. Confira as dicas a seguir.

- Nunca jogue lixo e entulho nas ruas, rios e córregos e terrenos baldios da cidade.
- Mantenha valas, condutores e caneletas limpas para garantir a passagem das águas da chuva.
- Em dias de chuva, não coloque sacos de lixo ou entulho na rua. Isso evita que eles sejam levados pela água e acabem entupindo os bueiros, galerias e córregos da cidade.
- Fique atento às condições de segurança da sua casa, verifique trincas e rachaduras. Se estiver em dúvidas e precisar da ajuda de um especialista, entre em contato com o Corpo de Bombeiros, ou a subprefeitura da sua região.
- Não coloque a sua casa em risco. Evite construir em cima e embaixo de barrancos que possam deslizar. Procure a subprefeitura do seu bairro para receber orientação.
- Não corte barrancos: as construções feitas nas encostas dos morros precisam de diversos cuidados técnicos. Procure a subprefeitura do seu bairro para receber orientação.
- Atenção para os vazamentos: canos de água com vazamentos lixo acumulado nas canaletas também provoca deslizamentos.
- Não pratique o desmatamento: sem vegetação aumentam as chances de desmoronamento dos morros.

Instituições que ajudam as vítimas de enchentes

Cruz Vermelha:
Desde a sua fundação em 1912, a Cruz Vermelha Brasileira – Filial do Estado de São Paulo (CVB-FESP) atua em benefício das pessoas acometidas por desastres e na capacitação em primeiros socorros. Como parte de um movimento mundial, que oferece assistência humanitária, ao longo dos anos a entidade tem expandido seus serviços, sempre com o objetivo de prevenir e aliviar sofrimento.
O trabalho é voluntariado e qualquer um pode oferecer a sua ajuda, com doações ou colocando a mão na massa.
Para mais informações acesse: http://www.cvbsp.org.br/index.htm

Defesa Civil:
A Defesa Civil Estadual desenvolve planos preventivos e de contingência no período denominado Verão cuja característica na região sudeste são de chuvas intensas. O plano acontece de 01 de dezembro a 31 de março. Pode ser prorrogado, quando necessário. Integram os Planos Preventivos e de Contingência de Defesa Civil, um total de 114 municípios, que apresentam áreas mais suscetíveis a ocorrências de desastres em decorrência das chuvas.
Existem em locais de possíveis deslizamentos em encostas os Planos Preventivos de Defesa Civil - PPDC. Envolve intenso trabalho de articulação de recursos técnicos e humanos, com preparo, estruturação e treinamento das equipes municipais e da comunidade, monitoramento meteorológico e pluviométrico, emissão de boletins Meteorológicos e de Alertas que são repassados para as Prefeituras, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Regionais de Defesa Civil e as Coordenadorias Municipais de Defesa Civil.
Também são realizadas remoções preventivas (parcial ou total) da comunidade em risco, sempre que necessário, com equipe composta por geólogos, engenheiros, assistentes sociais e outros profissionais que atuam antes, durante e após os desastres.
Hoje a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil - CEDEC possui Planos Preventivos nas seguintes regiões: no Vale do Ribeira, na Região Metropolitana de São Paulo, no Vale do Paraíba, na Região Metropolitana de Campinas, na Região de Sorocaba, no Litoral Norte e na Serra do Mar (Baixada Santista).
Para mais informações acesse: http://www.defesacivil.sp.gov.br/novo/index2.asp

Projeto

Temos como objetivo do projeto conscientizar a comunidade da UFABC, que sofre com as enchentes do Rio Tamanduateí, como agir caso essa ocorra, e como preveni-la.
A importância de tal ação foi comprovada ao realizarmos uma entrevista com tal pergunta:
"Você já enfrentou alguma enchente na faculdade? Isso atrapalhou a sua rotina? Como? Você sabe como agir em caso de uma enchente?". A maioria dos entrevistados respondeu positivamente as duas primeiras perguntas, porém, para nossa surpresa, a grande maioria não sabe quais são os procedimentos a serem tomados em casa de uma enchente.
Veja algum dos depoimentos:
“Já enfrentei sim. Atrapalhou, pois eu passei o dia todo, até as 22h, numa estação de trem. Não consegui chegar na faculdade, nem voltar pra casa. Como agir corretamente, não, mas acho que se deve ficar saindo no meio da rua. Procurar algum local seguro.” Pedro Henrique Cheganças de Sousa - 11056909
“Já enfrentei. Sim. Minhas aulas foram suspensas. Infelizmente não sei como agir.” Patricia Maissa Ferragoni da Cruz – 11065409
“Sim, eu já enfrentei uma enchente na faculdade. Isso atrapalhou e muito a minha rotina, pois eu não pude ir para a minha aula na faculdade, e tive dificuldade para voltar para minha casa, devido a problemas com o transporte publico. Infelizmente eu não sei agir caso acontece isso novamente, terei as mesmas dificuldades da primeira vez.” Gustavo Penha Albertini - 11175609
Para fazê-lo estamos lançando dois materiais publicitários, um e-mail marteking e um banner. Contendo as informações supracitadas de como agir em caso de enchentes (Figura 5) e como preveni-la (Figura 6).


Figura 5: Como prevenir enchentes.



Figura 6: O que se deve fazer em caso de enchentes.


Agradecimentos


Aos colabores Dave, Débora Gibson, Fabio Dias, Marina Estima, Pati Fernandes e Thiago Costa, pela competência no desenvolvimento das ideias, pesquisas e fundamentos do projeto.
À professora dra. Andréa Paula e seu fiel escudeiro Alexandre Cavac, pela paciência, dedicação e total comprometimento com o que foi proposto.
Aos colegas que nos ajudaram muito com opiniões, relatos, depoimentos e respeito pelo nosso projeto.

Obrigado.

Atenciosamente,
Grupo das Enchentes!

Análise dos blogs

domingo, 18 de abril de 2010

Idéias para apresentação final

Durante essa última semana discutimos alguns pontos para a apresentação do trabalho final.
Decidimos por criar um flayer para conscientização ambiental e social, visando, principalmente, as pessoas da nossa faculdade, que sofre bastante com as enchentes, mas ao mesmo tempo não colabora para que estas não ocorram, como por exemplo jogando lixo no chão (parem para observar a quantidade de "bitucas" de cigarro e pedaços de papéis). E um vídeo institucional no formato de slide show com o mesmo fim do flayer, porém visando um público mais amplo.
Estamos abertos à sugestões =)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Apresentação

Bom a apresentação do nosso grupo já foi a quase uma semana mas aqui vai um pequena defesa (já que não foi possível em aula hahaha) sobre as ' criticas ' feita pela professora a apresentação.

1. ONUS do primeiro grupo.
OBRIGADA PROFESSORA ! sim existe e foi verificado, não sabíamos direito como as coisas iam rolar, o que os outros grupos iam falar, se era sobre as pesquisas, se era sobre o projeto, se iam falar diretamente dobre os itens sugeridos e ai vai....

2. Falamos basicamente como foi feito o trabalho e sobre as fontes, talvez deveríamos ter falado um pouco mais sobre isso, mas não queríamos deixar a apresentação pessoal e tediosa.

3. Citamos SIM os conceito aprendidos em sala como identidade, comunidade, subjetividade e cultura, quando destacamos o post 'altruísmo urgente'. Talvez não de maneira direta como os outros grupos fizeram, mas não deixou se ser mencionado.

4. Obrigado ao grupo do trânsito por todas as sugestões. Iremos sim deixar o blog com a ' nossa cara'.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Transformações de uma cidade 'seca' – Ferramentas políticas e urbanísticas para amenizar os impactos negativos dos alagamentos.

Já sabemos que existem centenas de ferramentas que visam a evitar as enchentes na cidade. Mas mesmo na natureza, anomalias climáticas existem e é necessário criar ferramentas que amenizem seus impactos, de forma que a cidade consiga conviver com maior facilidade com um imprevisto climático.
Para que haja um estresse menor quando a cidade estiver em um estado alterado de seu equilíbrio, a sua estrutura deve ser projetada para se alterar o mínimo possível durante as enchentes, para isto existem alternativas como:

Mudanças no plano diretor da cidade, de forma a promover a desocupação de áreas passíveis de danos e minimizar os riscos.
Sistemas de alarme sonoros e visuais orientando a população sobre as atitudes a serem tomadas. Ninguém deve ser pego de surpresa pela enchente ou pela chuva.
Orientação prévia da população sobre o que fazer em casos de temporais e enchentes. Assim como nos países que sofrem com vulcões, furacões e terremotos, ou até mesmo ameaças de bombardeios, a população precisa saber exatamente como proceder em casos extremos, para que o próprio cidadão possa prevenir os danos a si mesmo. Minimizando o trabalho do Estado às reais fatalidades.
Alteração do sistema de distribuição de energia elétrica para rede subterrânea. Apesar de mais caro, este sistema é, quando bem executado, feito para funcionar submerso, sem grandes alterações no seu funcionamento. Desta forma, a infraestrutura básica não sofre com os grandes temporais. No sistema atual, um poste caído (coisa comum de se ver na época das chuvas) é suficiente para deixar uma região inteira sem energia.
Instalação e manutenção de lixeiras públicas de qualidade. Mesmo os poucos cidadão conscientizados quanto ao despejo do lixo sofrem com a falta de lixeiras na cidade. É comum inclusive ver trechos de várias quadras sem uma lixeira sequer. Outro grande problema nesse quesito é o fato de a depredação das lixeiras e a falta de manutenção fazer com que todo o lixo contido seja despejado na rua ao primeiro sinal de temporal.
Melhorias no sistema de coleta seletiva e melhor destinação do lixo coletado, de forma a manter o lixo fora das ruas e evitar seu acúmulo, impedindo o entupimento de bueiros e a conseqüente elevação do nível do escoamento superficial.
Maior fiscalização quanto à desobediência das leis que previnem enchentes e aplicação de multas que desestimulem essas práticas criminosas.
Criação de obras de grande porte (como a Nova Marginal e o Rodoanel) que retirem o grande fluxo rodoviário da beira dos corpos d'água, de forma que estes possam ser recuperados.
Desassoreamento das calhas dos rios e quando possível, obras de manutenção das suas características originais, minimizando os fenômenos provocados pelo homem.
Desocupação das margens dos corpos d'água e criação de parques lineares ao longo do cursos dos rios, tanto para evitar o assoreamento e devolver a permeabilidade ao solo, como também para aproximar o cidadão da paisagem natural de sua cidade, estreitando o laço e prevenindo assim a devastação.
Programas de políticas habitacionais que retirem a população de zonas de risco e contenham a expansão horizontal dos territórios urbanos, ao mesmo tempo em que, através de ferramentas políticas, promovam a reocupação de espaços vazios na cidade.
Investimentos na estrutura de transportes públicos, que tornem mais atraente a idéia de deixar o carro em casa e ir para o trabalho num transporte coletivo, eliminando congestionamentos e reduzindo os danos por causa de ruas alagadas.

Soluções Tecnológicas e Arquitetônicas para melhor gestão de águas e chuvas na Cidade

Como as construções e a cidade podem intervir positivamente na manutenção desse processo?

Como citado nos posts anteriores, a forma como a cidade é pensada causa uma interferência direta e agressiva nos sistemas naturais locais onde ela está inserida, o que é ao mesmo tempo a causa e a conseqüência do problema das enchentes que nos assolam. Mas o que pode mudar nas construções e nas cidades para que essa interferência seja menor?
A princípio, como diretriz do novo modo de pensar, temos que ter em mente o processo natural que ocorria antes da inserção da construção, e fazer com que ele seja o mais aproximado possível após a interferência.
Drenagem das águas pluviais: Num ambiente natural, a água seria quase que totalmente absorvida, sendo o excedente diretamente escoado (numa fração mínima) em direção aos corpos d'água. Diferentemente da água que cai em um telhado, que percorre um caminho todo impermeabilizado e literalmente “corre” em vez de percolar (por um meio poroso) em direção aos coletores pluviais, saturando o sistema em questão de minutos. Para evitar que esse problema ocorra, precisamos reter a água e diminuir sua velocidade de escoamento. Cada lote construído é um pedaço de solo permeável que virou uma piscina sem bordas. A melhor maneira de se retornar ao estágio inicial é fornecendo de volta a permeabilidade e porosidade do solo. E o método mais propício para isso é erguer o terreno natural para cima da construção. Isto mesmo, levar o solo vegetado para o topo da construção. Ou seja, o fim das telhas, e o início da era dos jardins suspensos. O telhado verde absorve a água da chuva e a libera aos poucos de volta ao sistema. Isso espalha o escoamento de poucas horas para vários dias e resolve grande parte do problema.
Pavimentação permeável: Excluindo as áreas construídas que possuem telhados a serem vegetados, ainda teremos uma extensa área coberta por pavimentações impermeáveis, que não só irradiam calor como impossibilitam a absorção da chuva, contribuindo duplamente para o problema. A solução é amenizar o problema utilizando materiais (que já existem no mercado de forma acessível) que sejam mais porosos e permeáveis, favorecendo a absorção da água em vez de escoá-la. Além disso, a porosidade (preenchida com ar ou água) aumenta o calor específico do material causando menor irradiação de calor, tal como faz o colchão de ar do telhado verde, embora este o faça de forma mais eficiente. Estes materiais são simples como uma forma diferente de se fazer o concreto ou certos tipos de pisos intertravados.
Reuso de água: Já que vamos manter grande parte da água em nossas casas por alguns dias, porque não usá-la no nosso dia a dia? Boa parte dos usos da água numa residência ou num processo fabril não necessita de que a água seja potável, na verdade, apenas a água do preparo de alimentos, da ingestão direta e da higiene pessoal (banho, escovação de dentes etc.) precisam de água potável, o resto precisa apenas de água limpa. Pois interessantemente, esses processos que podem ser beneficiados pelo reuso da água representam até 80% do uso da água. E a mesma água pode ser utilizada várias vezes, se receber tratamentos simples e baratos (como filtragem, decantação etc.). Com isso, teremos não só a resolução do problema das águas pluviais como também redução na emissão de esgotos, além de uma enorme economia na conta de água. Bom para os mananciais, bom para o contribuinte, bom para os rios, e bom para a natureza.
Lei da piscininha: Já está em vigor a lei estadual (SP) que obriga as novas construções superiores a 500m² a possuírem sistemas de contenção temporária de água de chuva (mini piscinões) com volume em m³ igual ou maior que 15% da área em m² impermeabilizada no empreendimento. Com isso, metade do caminho que une o telhado ecológico e o reúso de água passa a ser obrigatório.