quinta-feira, 4 de março de 2010

Vídeo informativo sobre as causas do alagamento no Rio Tiête na capital de São Paulo.

Em entrevista ao Jornal Hoje, do dia 8 de dezembro de 2009, o professor de engenharia de recursos hídricos da Escola Politécnica da USP, Mário Thadeu Leme de Barros, explica os motivos.

JH: O que de fato aconteceu hoje? Como o senhor explica esse caos todo na cidade de São Paulo, nesta manhã?
Mário Thadeu: Os principais rios que cortam São Paulo são o Tietê e o Pinheiros. A chuva foi extremamente intensa nas últimas horas na cidade e essa chuva caiu em todas as regiões da cidade. Todos os rios fluíram para os dois principais e eles não tiveram capacidade de escoar essa cheia, então nós tivemos essa situação caótica em SP.
A vazão é a quantidade de água que o rio transporta em determinado período de tempo. A capacidade de vazão máxima do rio Tietê, dependendo do trecho, é em média entre 900 e mil metros cúbicos por segundo.
Isso quer dizer, que ele consegue levar, sem nenhum problema uma piscina olímpica a cada dois segundos.
JH: As margens são estreitas demais?
Mário Thadeu: O rio Tietê é um rio de planície, um rio que durante as cheias espraia, ocupa um leito maior. Com a ocupação urbana, nós confinamos o rio Tietê no espaço que ele tem hoje e esse espaço, efetivamente é insuficiente, então numa chuva como essa nós tivemos o seu extravasamento e todos os impactos que estamos vivenciando.
JH: Embora muito poluído, este é um rio vivo. O assoreamento e o lixo jogado acabam dificultando a vazão do rio.
Mário Thadeu: É muito importante não só ampliar a calha do rio, mas também a manutenção desta calha, evitando o assoreamento de material que aflui a esse rio, isso é uma obra extremamente importante.
JH: Há uma responsabilidade do governo de melhorar este assoreamento e das pessoas não jogarem lixo.
Mário Thadeu: Um conjunto de obras e também um conjunto de atividades do cidadão, de participar para minimizar estes impactos.
JH: Dá pra evitar enchentes como essa ou não: a cidade cresceu de maneira errada e vai pagar por isso eternamente?
Mário Thadeu: Precisamos de muitos investimentos em planejamento, em obras, em expansão, mas infelizmente, como São Paulo é muito grande nós vamos continuar ainda convivendo com este tipo de evento, principalmente no período chuvoso.

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